A importância do Plano de Cargos e Salários para empresas com colaboradores terceirizados
- Lucas Guimarães de souza
- 18 de ago.
- 4 min de leitura

No mercado cada vez mais competitivo, as empresas buscam soluções que garantam eficiência, redução de custos e flexibilidade na gestão de pessoas. Nesse cenário, a terceirização de mão de obra se tornou uma prática comum, principalmente em setores que exigem alta rotatividade, especialização pontual ou apoio em atividades operacionais.
Entretanto, muitas organizações ainda cometem um erro grave: não integrar os colaboradores terceirizados à sua estratégia de gestão de cargos e salários. O resultado disso é previsível: falta de engajamento, alta rotatividade, perda de qualidade nos serviços e até aumento de passivos trabalhistas.
Um Plano de Cargos e Salários (PCS) bem estruturado, quando aplicado também aos terceirizados, é uma ferramenta poderosa para alinhar expectativas, motivar profissionais, controlar custos e garantir que o time — direto ou indireto — esteja caminhando na mesma direção da estratégia empresarial.
O que é um Plano de Cargos e Salários e por que ele importa na terceirização?
O Plano de Cargos e Salários é uma política formal que organiza os cargos existentes em uma empresa, define responsabilidades, estabelece critérios de progressão e determina faixas salariais justas e competitivas com o mercado.
No caso da terceirização, esse plano não substitui a gestão da prestadora de serviços, mas serve como guia estratégico para garantir que os colaboradores alocados atendam às demandas do contratante de forma clara, motivada e justa.
A ausência de um plano consistente pode gerar:
Desigualdade salarial entre equipes internas e terceirizadas;
Desmotivação por falta de perspectivas de crescimento;
Conflitos entre contratante, prestadora e colaborador;
Custos trabalhistas maiores a longo prazo por falta de previsibilidade.
Principais benefícios para empresas com mão de obra terceirizada
1. Previsibilidade de custos e orçamento mais eficiente
Com faixas salariais definidas, as empresas conseguem prever os valores que serão praticados nos contratos de terceirização. Isso evita surpresas, facilita negociações e melhora o controle financeiro.
2. Equidade e transparência
Terceirizados precisam sentir que são tratados de forma justa. Mesmo que não tenham vínculo direto, quando existe clareza sobre funções, responsabilidades e remunerações, o nível de confiança aumenta — e isso reflete diretamente na produtividade.
3. Redução da rotatividade (turnover)
A falta de clareza sobre cargos e salários é um dos principais motivos de desligamento voluntário. Empresas que adotam um plano estruturado conseguem reduzir a rotatividade dos terceirizados, evitando retrabalho e custos extras com treinamentos.
4. Segurança jurídica
Um plano estruturado reduz riscos trabalhistas, pois garante que os valores pagos estejam dentro da média de mercado e respeitem convenções coletivas. Além disso, protege a contratante de questionamentos sobre equiparação salarial.
5. Valorização da marca empregadora
A imagem da empresa é impactada diretamente pela forma como trata os terceirizados. Colaboradores satisfeitos são agentes de fortalecimento da marca, ajudando a consolidar a reputação da organização no mercado.
Como estruturar um Plano de Cargos e Salários que inclua terceirizados
1. Mapeamento de funções terceirizadas
Antes de tudo, é preciso entender quais cargos terceirizados são críticos para a operação. Um hospital, por exemplo, pode terceirizar recepcionistas, equipe de limpeza e técnicos administrativos. Já uma indústria pode terceirizar áreas de logística, manutenção ou apoio administrativo.
2. Definição clara de responsabilidades
Cada cargo deve ter atribuições descritas detalhadamente, evitando sobreposição de funções e reduzindo riscos de conflitos com colaboradores internos.
3. Pesquisa salarial de mercado
É fundamental comparar os valores praticados no setor. Isso evita salários defasados que desmotivam, ou valores muito acima da média que comprometem a competitividade dos contratos.
4. Critérios de progressão e reconhecimento
Mesmo terceirizados precisam de perspectivas. Critérios de progressão podem incluir tempo de contrato, desempenho avaliado pela prestadora e feedback do contratante. Assim, o colaborador entende que seu esforço pode resultar em crescimento.
5. Comunicação transparente
Os terceirizados devem ser informados sobre como o plano funciona. Treinamentos e canais de feedback podem ser aplicados em conjunto entre contratante e prestadora, reforçando confiança e credibilidade.
6. Monitoramento contínuo e atualização
O mercado de trabalho muda constantemente, e o plano precisa ser revisto periodicamente para acompanhar convenções coletivas, inflação e novas necessidades estratégicas da empresa.
Desafios comuns e como superá-los
Diferença de cultura organizacional:
Muitas vezes, terceirizados vêm de uma empresa prestadora com valores diferentes. Cabe à contratante alinhar expectativas e garantir que esses profissionais estejam integrados ao ambiente.
Limitações legais:
Embora a CLT determine que o vínculo trabalhista é com a prestadora, a contratante pode e deve influenciar nas condições do contrato. A chave é fazer isso sem ultrapassar limites legais, sempre de forma transparente.
Integração entre RHs:
Para o plano funcionar, os setores de RH da contratante e da prestadora precisam atuar de forma colaborativa, trocando informações e garantindo alinhamento.
Alinhamento com a estratégia da empresa
Um Plano de Cargos e Salários não pode ser apenas um documento engavetado. Ele deve refletir diretamente a estratégia da empresa:
Se o foco é qualidade, os cargos ligados à experiência do cliente precisam ter critérios claros de valorização.
Se a meta é redução de custos, o plano deve prever faixas salariais equilibradas e compatíveis com o mercado.
Se a empresa busca inovação, cargos terceirizados em áreas de apoio tecnológico devem ter incentivos diferenciados.
No fim das contas, um plano bem desenhado transforma os terceirizados de simples executores para parceiros estratégicos do negócio.
Conclusão
Empresas que trabalham com terceirização precisam entender que colaboradores externos também são peça-chave na entrega de valor ao cliente final. Ignorar esse fator pode custar caro: turnover elevado, passivos trabalhistas e queda de qualidade nos serviços.
Um Plano de Cargos e Salários alinhado à estratégia empresarial, quando estendido aos terceirizados, garante previsibilidade, engajamento, segurança jurídica e fortalece a imagem da marca.
Na prática, isso significa mais que cumprir obrigações: é tratar pessoas como parte essencial da estratégia, independentemente do vínculo contratual. Conheça o Grupo Telecred: especialista em terceirização de mão de obra e BPO, oferece soluções inteligentes para empresas que querem eficiência, previsibilidade e colaboradores motivados.
Comentários