Como fugir do excesso de trabalho?
- Lucas Guimarães de souza
- 28 de jul. de 2024
- 4 min de leitura

No coração das empresas, mesmo naquelas nascidas na Economia Digital, há um mal silencioso que destrói a humanidade dessas corporações: é o que eu chamo de "Cultura do Excesso".
Apesar das discussões sobre novas práticas para o futuro do trabalho, centradas no bem-estar do funcionário e na sustentabilidade de um modelo mais saudável de clima organizacional, ainda nos deparamos com lideranças que glorificam as longas jornadas de trabalho, exigindo uma disponibilidade constante e inabalável de seus colaboradores.
Práticas tóxicas no ambiente corporativo
São práticas de trabalho tóxicas em diversas camadas – desde o estímulo ao estilo workaholic, muitas vezes intrínseco à atmosfera corporativa, até as políticas de RH excludentes, que proporcionam aos funcionários dos cargos mais altos tratamentos mais sofisticados – como planos de saúde melhores –, do que aos cargos considerados de menor prestígio dentro da companhia.
Isso sem mencionar as metas e expectativas irrealistas impostas aos funcionários; o culto à mentalidade do "sempre mais" e o incentivo institucional a ambientes hostis, pensados para acirrar a competição entre colegas de trabalho.
O tiro que sai pela culatra
O intuito de muitas empresas com essas práticas nocivas é obter funcionários felizes e superprodutivos – além de mais lucro para as organizações; porém, a consequência real desse tipo de mentalidade é exatamente o oposto: essa devoção tóxica ao trabalho drena a energia vital dos funcionários, levando-os à exaustão física e mental, asfixiando a produtividade, minando a confiança entre as pessoas e os lucros dos acionistas.
Embora a cultura do excesso esteja bastante presente no mundo corporativo, é preciso reforçar que se trata de uma mazela das sociedades modernas, respaldada pelo comportamento social, como o consumismo desenfreado, por exemplo.
Afinal, a cultura do consumo cria uma atmosfera de ostentação e superficialidade, onde o valor de um indivíduo é medido pelos bens materiais que possui e pelo status que exibe. Essa obsessão sufoca qualquer vestígio de consciência sobre a importância de um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.
Como mudar a cultura do excesso de trabalho?
A superação da cultura do excesso requer uma mudança sistêmica e de longo prazo, por meio da qual as empresas precisam adotar uma série de estratégias corajosas e integradas. As empresas precisam estar comprometidas em construir uma cultura organizacional baseada em valores humanos, na gratidão e na sustentabilidade. Algumas das principais abordagens incluem:
Liderança Humanizada: Os líderes devem abraçar uma mentalidade que priorize a vida humana, a sustentabilidade do planeta e a prosperidade. Isso envolve liderar pelo exemplo, promovendo um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional e tomando decisões que levem em conta o impacto a longo prazo.
Políticas de Trabalho Flexíveis: A implementação de políticas que permitam horários de trabalho flexíveis, trabalho remoto e licenças adequadas pode ajudar a reduzir o estresse e melhorar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional dos funcionários. Essas políticas devem ser acompanhadas de um suporte tecnológico adequado e de uma cultura que valorize a confiança e a autonomia dos colaboradores.
Comunicação Clara e Eficiente: Estabelecer diretrizes claras para a comunicação interna, priorizando a qualidade sobre a quantidade. Isso pode incluir a definição de horários específicos para envio de e-mails, a redução do número de reuniões e o incentivo a conversas face a face quando possível. Além disso, a empresa deve investir em treinamentos de comunicação para capacitar os funcionários a se expressarem de forma assertiva e empática.
Foco na Colaboração: Promover uma cultura de colaboração, em vez de competição, pode criar um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo. Isso pode ser alcançado através de iniciativas de trabalho em equipe, reconhecimento de contribuições coletivas e o incentivo à troca de conhecimentos. A empresa também pode investir em espaços de trabalho que favoreçam a interação e a criatividade, como áreas de descompressão e salas de reunião informais.
Simplificação de Processos: A revisão e a simplificação dos processos burocráticos podem reduzir a sobrecarga de trabalho e aumentar a eficiência. Isso envolve a identificação de gargalos, a eliminação de etapas desnecessárias e a automatização de tarefas repetitivas. A empresa também deve incentivar a participação dos funcionários na melhoria contínua dos processos, valorizando suas ideias e sugestões.
Bem-estar e Saúde Mental: Investir em programas de bem-estar e saúde mental para os funcionários é fundamental para combater os efeitos negativos da cultura do excesso. Isso pode incluir a oferta de sessões de mindfulness, acesso a serviços de aconselhamento psicológico, incentivo à prática de atividades físicas e a criação de um ambiente de trabalho acolhedor e respeitoso.
Responsabilidade Social e Ambiental: As empresas devem assumir um papel ativo na promoção da sustentabilidade e da responsabilidade social. Isso envolve a adoção de práticas de negócios éticas, a redução do impacto ambiental das operações e o envolvimento em projetos comunitários. Ao alinhar seus valores com ações concretas, as empresas podem inspirar seus funcionários e contribuir para um mundo melhor.
Conclusão
O Grupo Telecred está comprometido em transformar o ambiente corporativo, promovendo um equilíbrio saudável entre a vida pessoal e profissional dos seus colaboradores. Além disso, nossos serviços de backoffice operacional podem dar apoio às empresas que estão enfrentando excesso de demandas, ajudando a aliviar a carga de trabalho e melhorar a eficiência. Junte-se a nós e descubra como podemos ajudar sua empresa a crescer de forma saudável e próspera.
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